Junho Vermelho: Doe Sangue e Salve Vidas

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No Brasil, 1,6% da população é doadora de sangue. Dentre essas pessoas, apenas 59,5% contribuem de forma espontânea, ou seja, optam por doar a desconhecidos. 

 

A campanha Junho Vermelho foi criada em 2015 pelo Movimento Eu Dou Sangue e, posteriormente, estendida pelo Ministério da Saúde de São Paulo para todo Brasil. O mês de junho foi escolhido devido à diminuição de doações de sangue neste mês.

Isso ocorre porque, no meio do ano, devido às férias escolares e à diminuição da temperatura no Brasil, os doadores deixam de procurar os hemocentros. O resultado é a recorrência de uma situação crítica no número dos estoques de bolsas de sangue.

Nos últimos anos, percebe-se que, após a realização da campanha, ocorre um aumento no número de doações, porém isso não se sustenta. Os organizadores do movimento atribuem esse fato à ausência de cultura de doação de sangue por parte do brasileiro.

Mas afinal, quais são os motivos da baixa adesão à doação de sangue no Brasil? Nos tópicos abaixo vamos responder a essa pergunta e mostrar dados sobre doação de sangue e o caminho para que você salve vidas. 

 

DADOS SOBRE DOADORES DE SANGUE

Primeiramente é importante responder: qual seria o número ideal de doadores de sangue? Bem, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é recomendado que 1% da população do país seja doadora de sangue

No Brasil esse número chega a 1,6% do número total de habitantes, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, mesmo ultrapassando a recomendação da OMS, o percentual não consegue atender a demanda dos hemocentros, que frequentemente acusam estoques críticos.

Desses 1,6%, apenas 59,5% são doações espontâneas, o restante é dedicado a um paciente em específico. Sobre isso, a meta estabelecida pela OMS é de que 100% dos doadores façam a contribuição de forma voluntária.

Quanto ao perfil, se observarmos os dados da Fundação Pró-Sangue, principal hemocentro da América Latina, 53% dos doadores são do sexo masculino e 47% do sexo feminino. Além disso, a maioria dos doadores (30%) tem idade entre 18 e 29 anos.

Com relação à frequência, 38% doaram pela primeira vez, 31% eram doadores esporádicos e outros 31% eram doadores de repetição – dados de 2019, os últimos disponíveis. Ou seja, apenas um terço desses indivíduos aderiram ao hábito de doar sangue com frequência.

 

MAS AFINAL, POR QUE AS PESSOAS NÃO DOAM SANGUE?

Diversos fatores contribuem para a dificuldade em aumentar o número de doadores, dentre eles: ausência de informação fidedigna sobre o tema, falta de educação em saúde desde a infância, falsa percepção de que já existem doadores suficientes, e falta de tempo pois, a maioria dos hemocentros funciona em horário comercial e aos finais de semana podem apresentar lotação.

Segundo entrevista com o Dr. César de Almeida Neto, especialista do hemocentro de São Paulo, fazer as pessoas esperarem demais e oferecer uma experiência ruim pode contribuir para a não fidelização do doador.

Por isso, e também em conjunto com as ações de combate a aglomerações devido à pandemia, alguns hemocentros disponibilizam agendamento de horário pela internet

 

POSSO SER UM DOADOR?

Para responder a essa pergunta, é preciso conhecer os critérios gerais, bem como entender se você não possui nenhum impedimento definitivo ou temporário. Veja os tópicos a seguir.

 

Critérios gerais para doar sangue:

  • Ter idade entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos, e os menores de 18 anos possuam consentimento formal do responsável legal);
  • Estar em bom estado geral de saúde;
  • Pesar 50 quilos ou mais.

 

Critérios de impedimento definitivo:

  • Ter tido hepatites após os 11 anos de idade;
  • Diagnóstico de hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas ao HTLV 1 e 2, doença de Chagas e Malária;
  • Uso de drogas ilícitas injetáveis.

 

Principais critérios de impedimento temporário:

  • Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas;
  • Infecção pelo novo coronavírus: aguardar 30 dias após a recuperação completa dos sintomas;
  • Pessoas que tiveram contato direto com casos suspeitos ou confirmados de contaminação por coronavírus: aguardar 14 dias após o último dia de contato;
  • Gravidez:  90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana;
  • Ingestão de bebida alcoólica: aguardar 12 horas após a ingesta; 
  • Tatuagem ou maquiagem definitiva: 12 meses após o procedimento;
  • Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses;
  • Procedimentos endoscópicos (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia etc.): aguardar 6 meses;
  • Extração dentária ou tratamento de canal: 7 dias;
  • Cirurgia odontológica com anestesia geral: 4 semanas;
  • Acupuntura, se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com material sem condições de avaliação: aguardar 12 meses;
  • Vacina contra gripe: 48 horas;
  • Vacina contra COVID-19: 48 horas após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan); 7 dias após cada dose (vacina Oxford, da AstraZeneca/Fiocruz); e 7 dias após cada dose (vacina da Pfizer/BioNtec). 

 

Listamos acima os critérios principais e gerais, no entanto, existem outros motivos que podem resultar em impedimentos. Por isso, é importante fornecer informações honestas durante a triagem no hemocentro. A veracidade das informações também pode salvar vidas.

 

COMO DOAR SANGUE?

Então, se você se enquadra nos requisitos, basta buscar o hemocentro mais próximo de sua casa e agendar o melhor horário. O hemocentro de São Paulo, por exemplo, oferece a opção de agendamento online pelo site.

 

Quando chegar sua vez, fique atento aos seguinte cuidados:

  • Esteja alimentado e não consuma alimentos gordurosos antes da doação;
  • Durma pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
  • Esteja atento quanto ao intervalo entre as doações: homens devem esperar 2 meses  (máximo de 4 doações no período de 1 ano) e, mulheres, 3 meses (máximo de 3 doações no período de 1 ano).

Uma vez no hemocentro, quais são as etapas? Primeiramente será feito o cadastro, um teste de anemia, a pesagem e a triagem clínica. Depois, você assinará um voto de auto-exclusão e… pronto! Pode iniciar a doação. 

Todo o procedimento dura em média 40 minutos. Nesse período, profissionais capacitados estarão monitorando seu bem-estar. Ao final, é oferecido um lanche com o intuito de prevenir possíveis sinais de fraqueza. 

 

Agora, após o procedimento, é preciso tomar os cuidados pós-doação:

  • Faça um lanche e hidrate-se bem;
  • Evite, por pelo menos 12 horas, esforços físicos exagerados;
  • Aumente a ingestão de líquidos (água) durante o dia;
  • Evite fumar por 2 horas;
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas por 12 horas;
  • Mantenha o curativo no local da punção por, pelo menos, 4 horas.

 

UMA DOAÇÃO, QUATRO VIDAS SALVAS

Essa afirmação é do Ministério da Saúde: “uma única unidade de bolsa doada pode beneficiar até quatro vidas”. Mas por quê? 

A quantidade doada é separada em componentes sanguíneos (hemácias, plaquetas, plasma), formando assim novas bolsas de sangue. Logo, essas unidades podem tratar mais de um paciente. 

E quem pode se beneficiar com sua contribuição? As transfusões são feitas em pacientes que aguardam por cirurgias eletivas ou de urgência/emergência e aqueles que sofreram acidentes, necessitando de transfusão imediata. Casos de anemias graves e de câncer no sangue também precisam de transfusão durante a terapia.

Reforçamos que sem doadores, o tratamento dessas pessoas não seria possível!

Por isso, doe sangue regularmente! Além disso, compartilhe esse texto com amigos e familiares para que possamos, juntos, não só aumentar os estoques de bolsa de sangue no Junho Vermelho, mas também tornar a doação um ato cotidiano para salvar vidas!

Escrito por: Aline Gomes

 

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