Novembro azul: conscientização sobre câncer de próstata

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O câncer de próstata representa 29% das neoplasias diagnosticadas em homens. Entender sobre a doença é essencial para aumentarmos o número de diagnósticos precoces.

O Novembro Azul nasceu em 2003, na Austrália. O objetivo da campanha foi alertar a população masculina sobre a saúde e a prevenção das doenças mais incidentes. No Brasil, a ideia foi adotada pelo Ministério da Saúde no ano seguinte, em 2004.

Desde então, ações de conscientização são realizadas por diversas instituições. O intuito é sempre informar toda a sociedade e, em especial, os homens, a respeito das doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Em apoio ao movimento, a Suridata reuniu nesse texto informações relevantes sobre a doença. Nos próximos tópicos, você encontrará dados estatísticos, fatores de risco, os principais sintomas, as formas de realizar o diagnóstico e os tratamentos.

SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA

Você sabe o que é a próstata? Ela é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa aproximadamente 20 a 30 gramas. Fica abaixo da bexiga, à frente do reto e envolve a parte superior da uretra.

Sua principal função, em conjunto com as vesículas seminais, é produzir o líquido seminal – uma substância alcalina que nutre e mantém os espermatozoides saudáveis. Esse líquido também torna o pH vaginal menos ácido, auxiliando assim todo o mecanismo de fecundação.

Em indivíduos jovens e saudáveis, a próstata possui cerca de 3 cm de altura, 4 cm de comprimento e 2 cm de largura. Esse tamanho varia, naturalmente, conforme o avançar da idade. No entanto, o crescimento anormal da próstata pode indicar patologias, como a prostatite, hiperplasia benigna da próstata e o câncer.

O câncer de próstata, assim como as outras neoplasias malignas, é caracterizado pelo crescimento desenfreado de células. Dessa forma, a glândula apresenta aumento de tamanho atípico, o que prejudicará todo o funcionamento do sistema urinário e reprodutor.

Em seu último relatório de estatísticas, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou que 65.840 novos casos seriam diagnosticados em 2020. E também apontou que, em 2019, 15.983 mortes foram decorrentes dessa neoplasia, tornando-se o segundo câncer mais letal em homens – atrás apenas do câncer de traqueia e pulmões.

FATORES DE RISCO

Alguns fatores são percebidos com maior frequência entre os casos diagnosticados. Abaixo, listamos os principais:

●     Idade

Com o avançar dos anos, aumenta-se o risco de desenvolvimento: 9 em cada 10 homens com câncer de próstata possuem mais de 55 anos, segundo o INCA.

●     História de câncer na família

Possuir um parente de primeiro grau (pai ou irmão) com diagnóstico de câncer de próstata duplica o risco de um homem desenvolver a doença, segundo a Society American Cancer.

●     Raça

Também de acordo com a Society American Cancer, existe uma maior frequência do câncer em homens com ascendência africana e caribenhas. Os motivos dessas diferenças não foram esclarecidos.

Outras condições comumente relacionadas a todos os tipos de câncer também devem servir de pontos de atenção, como sobrepeso, obesidade e tabagismo.

PREVENÇÃO

É possível prevenir o câncer de próstata? Sabemos que os hábitos saudáveis podem auxiliar na prevenção de diversas doenças, inclusive o câncer de próstata.

Em suma, deve-se buscar:

●     Alimentação saudável

●     Manter o peso corporal adequado

●     Praticar atividade física

●     Não fumar

●     Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

●     Realizar check ups periodicamente

SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas estão relacionados ao aumento de tamanho da próstata. Devido a isso, ocorre compressão de estruturas, como a uretra, por exemplo. Também pode acontecer o rompimento de vasos sanguíneos. Esses acontecimentos justificam o aparecimento dos seguintes sintomas:

 – Dificuldade e dor para urinar

 – Diminuição do jato de urina

– Aumento da frequência urinária

– Sangue na urina

Entretanto, pessoas com hiperplasia benigna da próstata ou com prostatite também podem apresentar esse quadro sintomático. Para realizar o diagnóstico, diferenciando as doenças, é necessário realizar exames específicos.

 

DIAGNÓSTICO

Os exames utilizados para estabelecer o diagnóstico são:

●     Toque retal

Nele, o médico avalia o tamanho, forma e textura da próstata através do exame físico. É introduzido o dedo, lubrificado e protegido por uma luva, no reto do paciente.

●     PSA

Uma amostra sanguínea é coletada e a quantidade de Antígeno Prostático Específico (PSA), uma proteína produzida pela próstata, é analisada. Níveis altos podem identificar as doenças listadas acima ou o câncer de próstata.

●     Biópsia

Trata-se de um procedimento cirúrgico no qual são coletados pequenos fragmentos da próstata. O objetivo é fazer uma análise microscópica e descartar ou constatar a presença de células cancerosas.

A biópsia é indicada apenas para os casos em que foram encontradas alterações nos primeiros exames listados acima.

RASTREAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

Homens sem sintomas precisam realizar exames anualmente?

A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil não recomendam a prática de rastreamento. Ou seja, homens com fatores de risco e sem sintomas do câncer, por exemplo, não precisariam ser submetidos a exames diagnósticos.

Porém, essa é uma discussão presente entre os especialistas no assunto. Há o benefício de se tratar um câncer logo em seu estado inicial – o mais precocemente possível – mas também existe o risco de submeter pacientes a biópsias e possíveis tratamentos de neoplasias que não evoluíram.

A indicação unânime, portanto, é: homens com fatores de risco (a partir dos 45 anos) e homens sem fatores de risco (após os 50 anos) devem se consultar com um urologista. A ideia seria a decisão conjunta, com base em análise individual, sobre a necessidade ou não do rastreamento com exames anuais.

TRATAMENTO

A definição do melhor tratamento depende da extensão do câncer, da idade e do estado geral de saúde do paciente. As medidas podem variar desde o acompanhamento, até procedimentos radiológicos e invasivos – a depender do estadiamento:

Doença localizada (câncer restrito à próstata)

De acordo com os valores de PSA e outras características avaliadas, o câncer pode ser considerado de baixo risco. Nesse caso, pode ser feita a vigilância ativa, que consiste no acompanhamento e realização periódica dos exames, além de biópsias frequentes.

Conforme a avaliação médica, também pode ser indicada a cirurgia, em que serão retiradas a próstata e as vesículas seminais, e/ou a radioterapia, com número de sessões a serem determinadas pelo oncologista.

Doença localmente avançada (ultrapassa os limites da próstata)

Nesse caso, também pode haver necessidade de cirurgia e radioterapia.

Doença avançada (presente em outros órgãos e tecidos, como ossos, gânglios e pulmões)

Nos casos mais avançados, é comum serem indicadas a hormonioterapia e/ou quimioterapia. O tratamento será clínico e deve-se buscar o controle de sintomas, propiciando melhor qualidade de vida.

NOVEMBRO AZUL, O QUE VOCÊ PODE FAZER?

Para participar dessa campanha de conscientização, compartilhe esse texto com amigos e familiares. Quanto mais homens souberem dos sinais e fatores de risco, mais diagnósticos em estágio inicial da doença serão possíveis.

Além disso, se você for homem, com idade maior de 45 anos e apresentar algum dos fatores descritos acima, agende uma consulta ainda esse mês com o seu urologista. A dica também vale para os homens, sem fatores de risco e com mais de 50 anos.

Converse com o especialista e deixe sua saúde no azul!

Autora: Aline Gomes da Costa

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